Quantos de nós queremos ser perfeitos em tudo o que fazemos, ou quase?
Quantos de nós corremos desenfreadamente à procura da felicidade?
Quantos de nós planeamos, ou queremos planear, quase tudo na nossa vida e quando os planos não correm como planeados ficamos todos infelizes e frustrados?
Eu quero ser a mulher perfeita, a supermãe e a melhor professora de português!
Eu quero ser o melhor pai do mundo, ter bíceps quase perfeitos e ganhar um dinheirão ao final do mês!
Quantos de nós vivemos nesta prisão lufa-lufa, que só conduz a enorme cansaço e frustração?
E ser a mãe ou o pai perfeito é um ideal desnecessário e coloca-nos sob enorme pressão!
Tal máxima (pressão), aplica-se a mães e pais, mas também a filhos, padrinhos, tias, avós e irmãos.
E se não tivermos filhos, porque (ainda) não se proporcionou, não pudemos ou não queremos (e não há mal nenhum nisso), fiquemos sabendo que tal máxima e juízo são igualmente verdadeiros.
Deixemo-nos de manias, da perfeição ou de outras, porque não advém daí a felicidade.
Deixemos de querer ser perfeitos em tudo o que fazemos, porque não é assim que é suposto ser e tal nunca vai acontecer.
É uma pressão desnecessária a que nos sujeitamos e sujeitamos os outros.
Faz-nos andar stressados, pesarosos e esgotados.
Libertemo-nos dessas amarras, que nos ancoram e prendem ao chão!
Se forem como eu, e gostarem muito de sonhos, de planos e de organização, façam-no, pois sem planos organizados e sonhos a obra não nasce, já Pessoa dizia.
Contudo, deixemos também espaço e margem para que o Universo possa fazer a sua magia.
Assim, encontraremos (e entraremos n) um plano melhor, mais equilibrado e no meio termo, e é precisamente aí que se encontra a perfeição.
E não pensem que esta última frase é uma contradição, pois na verdade a perfeição já existe, e já está (e sempre esteve) dentro de nós.
Esta consiste na luz mágica interna, com que todos nascemos, e que vamos vislumbrando em momentos, cada vez mais longos e frequentes (assim se espera e Assim seja!).
E é por isso que há quem defenda que a perfeição ou a felicidade não deve ser algo que se almeja.
Não devemos pensá-las como perenes conceitos, mas, sim, nestes contextos, como momentos felizes e perfeitos.
P.S. Acreditem amigos, que eu sei do que falo, pois também eu já tive essa mania (entre outras) e obsessão.
Anos em que as malas tinham sempre de combinar com as botas ou anos em que só podia tirar excelentes notas.
Meses em que achava, erradamente, que a minha vida tinha de ser toda perfeitinha e não me permitia ter ‘imperfeições’.
Semanas em que tudo procurava organizar, não querendo dar margem para o ‘Universo’ atuar.
Dias em que se não fosse como eu queria, não gostava e embirrava.
Mas, felizmente, hoje, já consigo ter mais equilíbrio e menos “umbigo”. E sinto-me muito melhor agora! Em especial comigo, por dentro e por fora!