Lilianinha e os diminutivos

Quem me conhece benzinho sabe que adoro diminutivos. (O que é que querem? Podia dar-me para coisinhas piores no que diz respeito a preciosismos linguísticos.) Não necessariamente por questões de pequenez ou para diminuir ou atenuar a significação da palavra, simplesmente porque brotam de mim, a maior parte das vezes, sem noção ou controlo. Num contexto privado, de intimidade ou de maior familiaridade é algo perfeitamente normal e aceitável, muitas das pessoas que me são very dear trato-as por diminutivos, como Marcinha, Soninha, Luisinha, Aninhas, Anita, Isabelinha, Susaninha ou outros nomes fofinhos e meiguinhos.

Nem todos os nomes carinhosos terminam em inha ou ita, podem ser simplesmente uma versão mais curtinha da palavra, como Cati, Katy e Lili, por exemplo. Também é verdade que há pessoas muito especiais e queridas do coração que não trato com um diminutivo, como Corine e Alexandra ou Krisztina e Livía, por exemplo.

E porquê, perguntam vocês? Pois, agora que penso nisso, não sei responder, talvez pelo facto de o nome em questão não ficar lá muito bem num formato reduzido, maybe, não por falta de mimo ou lugar especial no meu coração. Se querem que vos diga, não sei. Como referi no início, este name calling é um processo quase sempre inconsciente. A maioria das vezes eu não decido conscientemente, “Ok, agora vou usar um diminutivo ou uma palavra mais fofinha”, o vocábulo diminuído ou reduzido simplesmente saltita da minha boca e pulula no meu discurso. Como tal, houve (e certamente haverá) momentos em que estas palavrinhas não terão sido a opção adequada ou apropriada à situação.

Recordo-me de um episódio em particular, e do qual apenas tive noção por estar a ser observada e avaliada. Numa reunião de comentário a uma aula assistida durante o meu primeiro estágio, há muitos aninhos (no início deste século), a dada altura, a minha querida orientadora de português diz qualquer coisa como isto: “A aula correu bastante bem, estava bem planeada e foi muito bem executada, mas talvez devas evitar usar expressões como ‘abram o vosso livrinho’ ou ‘alguém tem alguma questãozinha’, uma vez que se trata de alunos de 11º ano e eles podem não achar lá muita graça a estas palavrinhas!”. Bem, os alunos podiam não achar, mas todas nós na reunião nos rimos da situação e da minha total falta de noção. 😀

Aqui em Inglaterra, esta questão está mais dissipada e eu até diria que está mais ou menos controlada, não que eu tenha aprendido a lição, mas pelo facto de em inglês estes vocabulozinhos diminuídos não serem tanto uma opção. É possível ver laivos desta minha tendência quando trato os alunos por Sweetie, mas ninguém estranha ou leva a mal, pois aqui o sweetie ou lovely quando um professor se dirige a um aluno, pelo menos na minha escola, é algo perfeitamente normal. Talvez por isso eu me sinta tão em casa, aqui, what do you think, lovelies?

Bem Haja!

4 comments

    1. My lovely and sweet Aninhas, it takes one to know one!
      Oh! I forgot I do the -ocas too!
      I’m really a helpless case, it’s even worse than I thought!
      Beijocas da Lilocas para a Anocas!

  1. Querida Lili….eu também sou das tuas..
    Alias tenho uma aluna que se chama Rita e eu so a trato por Ritinha e ela nao leva a mal….como ela tenho mais…e amigas também! Sendo tu uma delas que nao consigo chamar Liliana…. always Lili! O meu nome nao se presta muito para diminutivos….mas eu sei que estou no teu coração ❤ kisses.

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