My dear friends,
Como estão?
Nós estamos bem, os quatro aninhados aqui em casa.
Cá em casa, nomeei esta esta fase de aninhamento (nesting ou cocooning, em inglês).
Quem me lê por aqui e quem me conhece sabe que dou grande valor às palavras.
As palavras têm uma grande influência no nosso estado de espírito e disposição, e eu gosto de fazer por manter os dois em alta!
De qualquer forma, também não recorro à palavra quarentena (que não é das piores), pois por aqui já passámos os 40 dias à vontade!
Não sei quantos dias foram exatamente, pois procuro dedicar-me a viver os dias e não a contá-los.
Nós optámos por ficar todos em casa logo que as coisas começaram a dar sinais de alerta. Apesar de estarmos em Inglaterra, adotámos as medidas portuguesas de atuar o quanto antes.
Que têm feito?
Os nossos dias têm sido bem preenchidos. Tem havido dias para tudo!
Nos primeiros dias um pouco mais aninhados no sofá, noutros mais no jardim, noutros mais na cozinha e, em quase todos, mais no escritório.
Tem sido uma vida caseira variada! E bastante ocupada! Não sei como tem sido aí em vossa casa, mas por aqui não sobra tempo.
E essa é uma das razões pelas quais tenho estado menos ativa aqui no blogue durante este aninhamento.
Pelo contrário, tenho estado bastante mais ativa noutras plataformas. Ora zoom para qui, ora WhatsApp para ali. Ora Telegram ora Facebook.
No Facebook, tenho estado diariamente no grupo Lovewellbeing Community Hub, onde partilho um bocadinho dos nossos dias, alguns desafios e muitas dicas simples e práticas sobre como podemos ir melhorando o nosso bem-estar a vários níveis, em especial nos dias que correm.
Este grupo é fechado, mas toda a gente que queira fazer parte pode pedir para aderir. (Como o grupo tem pessoas de várias nacionalidades, a língua “falada” no grupo é o inglês).
Nestes tempos de necessário distanciamento físico, senti que era importante promover uma maior aproximação virtual, e a promoção do bem-estar de todos nós, a todos os níveis, mais do que nunca deve ser uma prioridade.
E como é por aí? Como têm ocupado os vossos dias e cuidado do vosso bem-estar, aí por casa? Como têm cuidado da vossa saúde física e mental?
Já sabem, em alturas em que precisem de uma palavrinha positiva, de dicas ou inspiração, ou até de dar umas gargalhadas, venham ter comigo à LCH, que eu terei todo o gosto em vos receber e ver lá.

Como se têm sentido?
Ao longo destas muitas semanas, são vários os estados de espírito pelos quais tenho passado.
Tenho-me sentido feliz pela possibilidade de estar em casa com os meus rapazes, de podermos continuar a trabalhar, estando todos aqui juntinhos no ninho, com muito mimo e também com algum desalinho.
Tenho-me sentido triste por todo o sofrimento e receio que esta situação tem provocado, um pouco por todo o lado.
Tenho-me sentido animada pela onda de generosidade, amor e gratidão que se tem disseminado, também um pouco por todo o lado.
Sinto-me grata por tantas coisas que seria impossível nomear todas aqui.
Por outro lado, houve alturas em que saí à rua e parecia que estava no cenário de um filme.
As ruas quase desertas, prateleiras quase vazias, olhos assustados a espreitar por cima das máscaras.
Nestes momentos que podem ser de alguma ansiedade, escolho focar-me naquilo que posso controlar e no que posso fazer para contribuir para a saúde e bem-estar geral.
Nos últimos anos, tenho-me sentido cada vez mais em sintonia com o meu lado mais espiritual e, como tal, sinto-me maioritariamente serena, em paz e confiante de que esta fase passageira levará a uma mudança positiva e evolutiva.
Nestes tempos de medo e mudança, escolho focar-me no que esta crise pode ter de positivo, transformador e evolutivo.
Tal não significa que seja ingénua, indiferente ou imune à dor e ao sofrimento, nem que seja uma tonta cor-de-rosinha, sonhadora ou romântica.
Significa que escolho abastecer o meu espírito, a minha mente e o meu corpo e sistema imunitário com aquilo que o beneficia e fortalece.
Escolho focar-me no número de pessoas que estão a recuperar em vez dos que não sobrevivem (com compaixão e fraternidade por todos e pelos entes queridos).
Seleciono o que leio e vejo, para estar suficientemente informada, mas não embarco em sensacionalismos ou histerismos que em nada beneficiam a situação.
Como vão ser as próximas semanas?
My dear friends, é provável que não escreva aqui no blogue tão frequentemente, como antigamente, durante as próximas semanas.
Num post anterior partilhei convosco que ia entrar numa fase mais desafiante, mas também muito gratificante, recordam-se?
Foi-me proposto dar wellbeing workshops aqui em Londres, num projeto que me faz sair da minha zona de conforto (falar para plateias de dezenas de pessoas) e, por isso mesmo, um projeto desafiante, mas também de muito crescimento.
Como, neste momento, os projetos presenciais estão em standby e os workshops passarão a ser online, isso implica uma preparação diferente e eu ter de aprimorar as minhas (não muitas) habilidades tecnológicas.
Bem, por agora é tudo. Vou ter de ir ali pôr o Leo a dormir a sesta, que o estarmos todos em casa alterou a rotina do rapazola. Ele está a demorar muito mais a adormecer.
(Há uma grande probabilidade de eu me deixar dormir também e de só publicar este texto, que já comecei há uns dias, mais logo. Tenho vindo a escrever aos bocadinhos, nos momentos em que ele se entretém a brincar com brinquedos. Só quer tablet este rapaz!)
Vemo-nos todos em breve! (E que bem que vai saber sentir e escrever um texto sobre a nossa ‘libertação’!)
Muitos beijinhos e abraços, que estes (por enquanto só virtuais) são muito saudáveis e fundamentais para o nosso equilíbrio e bem-estar.
Até breve, my dear friends! Fiquem bem! E, já agora, Feliz Dia da Mãe!